terça-feira, 1 de setembro de 2009

CAMINHO DE FAGULHAS


 
Todas as vezes que te dei carinho, você me agrediu. Com o corpo, palavras, silêncios.


Um carinho no pescoço valeu um safanão. Um toque na perna, uma cotovelada. Um beijo no rosto e socos.

Todas as vezes que te falei de amor, você me contou das outras. Ignorou meu afeto com fragmentos de desprezo. Olhou para meus olhos cravejados de açúcar e virou seus ombros largos.

É fácil dizer que você não me merece. Fato consumado desde o primeiro movimento. E eu insisti. Insisto em cantar a mesma estrofe de amor encantado, como se os encantos de amor fosse propagados pelas letras. Como se essa canção chegasse até você. Queria acreditar que por trás de olhos cínicos, há algo escondido para mim.

Perdi a razão por migalhas. A verdade estanca. A tolice de insistir...

O que você tem que me aprisiona? O rosto dúbio? O jeito desconectado do mundo? A entorpecente idéia que nunca saberei o que é você?

Ainda aguardo no travesseiro, um rompante que me mostre que tolices de amor são aceitáveis, falta de amor próprio, não.

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