terça-feira, 7 de setembro de 2010

NÃO TEM PALAVRAS


Falar com você deixa um frescor sereno como o céu. Se o céu existir é você. Porque adoro suas palavras, conversaria com você até fazer mais 30 anos, para renovar o assunto, mudar o vento e continuar do seu lado.
Dar as mãos e caminhar na areia, marcar nossos passos ritmados, sem ensaios, naturais. Tudo o que te envolve me interessa. Me apaixono a cada minuto mais um taco por você, como se isso ainda fosse possível.
Quero botar você no meu colo, dar de mama e fazer dormir em suas carências. Quero me deitar em você, me abrigar em seus largos braços e ser protegida como nunca fui.
Porque é isso que sinto em você, uma ausência de passado, um futuro incerto, um presente a cada segundo, e sua imagem permanente, como tatuagem ou cicatriz, na minha alma, então sem esperanças de encontrar tanto amor assim.

A felicidade doi. Está doendo dentro de mim. Escorre de dor.
O medo do amanhã me paralisa. Choro.
Silencio os múrmurios de extase para entender a dor. A dor da alegria e da maravilha. A dor que engrandece e prepara para mais felicidade, se assim me couber.

LIBERDADE





Eu te olho de frente e me parece tão esguio. Chego a esquecer que és tão alto. Chego a esquecer que isso é apenas disfarce para não contemplar tua beleza. As mulheres em volta te olham sedentas. Morro de ciumes e de orgulho de estar do teu lado, do lado de dentro.
Poucas conhecem tua beleza.
Eu conheço, eu vejo tudo o que está em tua retina e admiro cada passo que emite, como um homem translúcido, solto, livre, perpétuo.
Queria muito desvendar os motivos que nos levam a uma paixão. Talvez teus olhos me expliquem os caminhos, com tanta ternura, alegria, desvios. Beijo tua boca como se fosse morrer em seguida, para levar comigo tua boca dentro de mim, angustiada como eu, faminta e severa, forte e suculenta. Tua boca dentro da minha, dentro de mim como ninguém jamais chegou.
Como ninguém jamais chegou, nem tocou, nem permaneceu. Especial pode ser redundante, mas é tudo o que posso dizer nessas horas que queremos rótulos. E eu não quero te rotular, porque o que eu quero é poder te amar acima de todos os preceitos adquiridos no tempo. Acima de nós dois em nossa fúria da perfeição. Quero te fazer feliz.