sexta-feira, 2 de abril de 2010

NO AGUARDO

Eu quero que ele ligue. E logo. Não faça tanto charme assim, seja mais eficiente. Ou melhor, mais direto. Pode até ser que ele não esteja nem ai, mas podia fazer de conta que está. Disfarce logo essa indiferença e ponha mais gás nessa história tão coloquial.
Não gosto de nada que seja igual demais, rotineiro ou pragmático. Eu preciso de aventuras, dramas, rompantes, paixão. Uma dose de calma também, lógico. Então liga logo. Diz que está com saudades, que tem vontade de me ver, que quer conversar comigo sobre qualquer coisa, de preferencia as banalidades. Isso te denotará emoção, como se eu fizesse parte de sua vida, não só nas lembranças mais essenciais, como naquelas mais tolas, como tomar um sorvete, ou assistir a um filme bem abraçadinho.
A vida é feita de pequenas felicidades e quero fazer parte de um pouco das suas.
Então liga logo, para de graça, não tenha o que fazer nesse momento em que te espero. A sua presença, mesmo que auditiva, é fundamental para mim agora.
Sim, agora, talvez amanhã, quem sabe?
As mãos já estão suadas de tanto revirar o fone e pensar que em instantes vou escutar a música que cadastrei ao teu número.
Pode ser carência. Mas prefiro dizer que é o mais puro capricho, só para disfarçar qualquer paixão.

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