Em pedaços me corto. Em formatos me torno. Em cacos me espalho. No texto a forma. Na letra a idéia. Na palavra eu. Dilacerante Difame Distante: Eu.
sexta-feira, 9 de abril de 2010
DEIXA ESTAR
Não tenho direito algum de te cobrar. Por nada nesse mundo posso fazer cobranças e impor vontades. Não somos nada além de meros conhecidos.
É verdade que seu beijo combina com o meu. Assim como nossos gostos, os hobbies, os desejos e até a profissão. Mas e dai? Você continua não sendo nada meu, nem estamos dentro um do outro em simbiose aguda.
É bem provavel que em um de nossos beijos eu tenha levado um pedaço de você comigo e você tenha um enorme taco de mim. Eu não sei muito o que fazer com as mãos quando estou do teu lado. Gaguejo também, mas tento disfarçar.
Pode ser cisma da minha parte. Eu "cismo" que você é tudo o que eu quero num homem e que você veio na hora certa e na exata medida da minha espera. Mas cisma é teimosia, dureza em encarar a realidade como ela é.
E o fato real, verídico da questão, é que você não é meu e eu não sou sua. Somos bons amigos de instantes, prováveis futuros chopes, risadas e assuntos de homem, porque sou boa nisso. É certo que vou tremer um pouco, titubear com as palavras e, se eu beber em demasia, vou te falar dúzias de besteiras que não se falariam nem em sonhos e vou perceber depois, morta de vergonha e pedir desculpa, cheia de remorsos falsos, porque no fundo, eu não levo nada para casa que não seja flores e suspiros.
Até poderíamos ser o amor um do outro, poderíamos nos conhecer melhor e certificarmos que nossas afinidades são apenas prenúncio de perfeição de almas.
Mas é melhor deixar para lá, sermos livres, ardorosamente livres, porque fica mais fácil assim.
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