terça-feira, 8 de dezembro de 2009

SACUDIDELA



E como será amanha se o vento não disser o que aconteceu? Posso deixar escapar que mesmo dando de ombros com sua indiferença, me sinto dolorida.


É divertido te ver se esforçar para mostrar para mim que não somos nada um para o outro e que sente asco de mim. Um asco sinônimo de mel, que te hipnotiza a me seguir em cada passo ou gesto meu.

É notório que não posso merecer tamanho fel. Mas o coração, muito menos o meu, é incapaz de ouvir retóricas. Eu te olho nos olhos, mesmo que seja em soslaio e sacudo de palpitações. Porque tua voz rouca rompe meus espaços vazios.

Eu queria te chamar de amor, mas não devo. Não devo nem sentir o mínimo de amizade por alguém que me despreza, ainda que tão divertido. A vontade de rir que me dava a cada movimento forçado seu, foi digna de comédia dos erros.

Só não achei graça quando ensaiei uma lágrima ao te ver com alguém. Mesmo que esse alguém não fosse nada para você, ainda assim, era você.

Fiquei dolorida, com os braços doendo, a câimbra exposta, a ponta do sorriso se pronunciando e os olhos em misto de alegria e medo.

Não sei nada do que aconteceu, perdi seu mapa.

Até onde você vai com sua cena, meu bem?

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